Newsletter Instituto Biopesca - Edição 10 - Maio / 2020

EDITORIAL: Abril registrou o sucesso na reabilitação de animais que ingressaram para cuidados no Instituto Biopesca. É o caso de duas tartarugas que voltaram ao mar e têm suas histórias destacadas nesta edição da newsletter “Em dia com o Biopesca”, que também traz um texto a respeito dos 336 animais que já receberam cuidados da equipe da instituição.

Uma terceira tartaruga marinha foi solta pelos próprios pescadores que a capturaram de forma acidental em suas redes. Esse caso motiva a equipe do Instituto Biopesca a continuar seu trabalho de monitoramento pesqueiro que, entre os objetivos, procura sensibilizar os pescadores para a adoção de medidas sustentáveis de pesca.

O trabalho da entidade continua durante a quarentena em função do covid-19, assim como o de tantas outras instituições e pessoas que, mesmo diante do desafio diante da pandemia, procuram conciliar sua tarefa com cuidados para protegerem-se e também aos outros.

Boa leitura!

Tartarugas voltam ao mar depois de reabilitadas

Em menos de uma semana, três tartarugas marinhas capturadas acidentalmente em redes de pesca voltaram para o mar. Duas delas foram reabilitadas pela equipe do Instituto Biopesca depois dos pescadores acionarem a entidade para fazer o resgate. 

No dia 26 de abril, foi a vez da capturada acidentalmente por um pescador de Praia Grande e que estava recebendo cuidados desde o dia 18 de março para tratar uma infecção. Além disso, ela também apresentava resíduos sólidos no trato digestório, problema muito comum em tartarugas marinhas por conta da ingestão de lixo marinho. A soltura ocorreu na divisa entre Praia Grande (SP) e Mongaguá (SP).

Na semana anterior, outra tartaruga voltou ao mar imediatamente após ter sido desenredada pelos pescadores Matheus Lopes e Juliano Almeida, de Mongaguá. Ainda naquela mesma semana, a tartaruga encaminhada pelo pescador Leonardo Ramos, também de Mongaguá, foi solta depois de passar por reabilitação no Instituto Biopesca

Os três pescadores são parceiros do Instituto Biopesca e, graças à parceria com eles e outros, a instituição já registra a soltura de mais de 800 tartarugas marinhas capturadas acidentalmente em rede de pesca. 

Biopesca na mídia

O atendimento a uma ave da espécie saracura-lisa (Amaruolimnas concolor) pela equipe do Instituto Biopesca foi tema de reportagem do portal do programa “Terra da Gente”, veiculado pela emissora EPTV, afiliada da TV Globo em Campinas (SP) e região. A ave foi encaminhada à instituição por uma professora aposentada, que a encontrou dentro da sua cozinha em São Vicente (SP). Essa não é a primeira saracura atendida pelo Instituto Biopesca que, inclusive, já foi responsável pela soltura de uma ave da espécie.
Confira a reportagem clicando aqui.

Atividades durante quarentena continuam

Com a prorrogação da quarentena no estado de São Paulo em função do covid-19, o Instituto Biopesca dá continuidade às determinações em plano de contingência que vigora desde março, quando a medida foi estabelecida. Esse plano tem como principal objetivo a proteção da equipe e também evitar a propagação do contágio da doença.  

Essas medidas foram estabelecidas em conjunto com a Mineral Engenharia e Meio Ambiente LTDA, empresa responsável pela coordenação geral do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) - Área SP e a Petrobras, empreendedora do PMP-BS. Elas contemplam, por exemplo,  a constante higienização das mãos durante o monitoramento de praias, além da limpeza contínua dos equipamentos necessários ao trabalho, uso de máscaras e da ventilação dos veículos, mantendo as janelas abertas.

A equipe que trabalha internamente na sede da instituição também segue as orientações, a exemplo de escala de trabalho diferenciada, uso de máscaras, realizações de reuniões on-line e home office de acordo com as funções desempenhadas. Já os profissionais que se revezam no atendimento aos animais em recuperação mantêm a utilização de equipamentos de proteção individual de uso obrigatório (EPIs) e redobram os cuidados sanitários, além de limitar o número de pessoas nos ambientes a fim de evitar aglomerações. Campanhas de comunicação com informações do covid-19 também são realizadas em mídias interna e externa do Instituto Biopesca.

Cerca de 340 animais são atendidos no Biopesca 

Em quase dois anos, um total de 336 animais marinhos encontrados debilitados em praias do litoral centro-sul de São Paulo receberam cuidados veterinários no Instituto Biopesca. Grande parte deles foi atendida na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos (UE) de Praia Grande, sediada no Instituto Biopesca. Essa unidade faz parte de rede de atendimento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)

A maioria dos animais atendidos pertence ao grupo das aves marinhas,  seguido pelas tartarugas, em especial a verde (Chelonia mydas).  “Atuamos em uma das regiões onde as tartarugas-verdes jovens alimentam-se, por isso a sua aparição é recorrente nas praias”, explica o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca.  “É comum que as tartarugas cheguem magras, com pouco açúcar no sangue e presença de parasitas no corpo. Há também aquelas que são resgatadas afogadas porque ficaram presas em redes de pesca”, comenta o veterinário.

Já as espécies de aves atendidas são tanto migratórias como costeiras. Exemplos são os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), que viajam em busca de alimento durante o inverno, e gaivotas e atobás, que ocorrem na costa. “O atendimento do Instituto Biopesca, bem como o de outras instituições que executam o PMP-BS, ampliou significativamente a chance de animais marinhos debilitados voltarem ao seu ambiente. Antes dessa rede se formar, poucas instituições tinham condições de recebê-los”, comenta Valle.

O Instituto Biopesca trabalha com diversas instituições, como a Polícia Militar Ambiental, Guarda Civil Municipal Ambiental, Corpo de Bombeiros e equipes de limpeza de praias das Prefeituras de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, municípios cujas praias são monitoradas diariamente pelas equipes da instituição. “Essas parcerias são extremamente importantes, além da ajuda da população, que nos aciona ao encontrar animais marinhos nas praias”, afirma Valle.

PMP-BS⠀⠀

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos,  entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.

O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.


Expediente:

A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.

www.biopesca.org.br
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